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Sejam bem vindos ao GFE Jésus Gonçalces

Este blog é destinado à divulgação da Doutrina Espírita, do Grupo da Fraternidade Espírita "Jésus Gonçalves", de suas atividades, eventos e integração entre os fraternistas e simpatizantes.

Encontrará vários artigos e mensagens acerca das temáticas existenciais e vários vídeos informativos, bem como vídeos palestras com os mais renomados oradores de nossa doutrina, na parte inferior encontrará relação dos livros espíritas sugeridos e filmes espiritualistas e espíritas, possibilitando a você a quebra de paradígmas e a conhecer verdadeiramente o que é o Espiritismo, pois o próprio Jesus nos alertou:

"Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará"
"Ammai-vos e instrí-vos"

Condições básicas para nossa evolução, através dá fé raciocianda, apoiada em seu tríplice aspecto: Ciência, Filosofia e Religião, a Doutrina Espírita nos possibilita o crescimento ascencional, por ser consoladora, esclarecedora, pacificadora , encaixando-se perfeitamente como "Consolador " prometido por Jesus.

Para quaisquer dúvidas, esclarecimentos, críticas e sugestões, mandenos um e.mail:
gfe.jesus.goncalves@gmail.com e teremos uma imensa satisfação em lhe contactar.
Muita paz e harmonia a todos.

Délcio Fonsêca Mafra

Délcio Fonsêca Mafra

domingo, 31 de julho de 2011

O Que é Pecado na Visão Espírita

Qual a definição de pecado? Quais ações configuram pecados? Em que consistiu e o que traz de impacto a todos nós o assim chamado “pecado original”? Comos pecadores? Em várias religiões busca-se analisar o tema. A título de exemplo, o Catecismo Maior de Westminster [1], um dos símbolos de fé do Protestantismo Calvinista, indica, à pergunta 24 (“Que é pecado?”):

“Pecado é qualquer carência de conformidade com, ou transgressão de qualquer lei de Deus, dada como regra para a criatura racional”.       

Ocorre, porém, que a visão de “qualquer carência de conformidade” ficou sujeita a diversas interpretações e intenções subjetivas, acabando por banalizar o conceito de pecado.

Em sua acepção original, a expressão hebraica chatta’th, passando para o grego hamartia e depois, para o latim, peccatu, não indicava pecado como ofensa a Deus, mas sim qualquer tipo de erro, como errar o caminho para um endereço ou um lançamento de flecha errar o alvo.

Carlos Torres Pastorino [2] orienta: “Literalmente, ‘hamartia’ é ‘erro’ no sentido de ‘errar o alvo’ ou ‘desviar-se do caminho certo’, isto é, perder-se (no deserto, no mato), enganando-se de rumo (...)”. άµαρτιών (“hamartión”), relacionado a “hamartia”, significa erro em geral, não um pecado na acepção vigente da palavra.  

O termo “pecador” (“hamartolós”) tem um sentido próprio em grego: “desorientado”, “errado”, isto é, “o que está fora do caminho certo”. Pastorino, a respeito da tradução dessa palavra, cita [3]: “Não dizemos ‘pecado’, nem ‘pecador’, pois estas palavras assumiram o significado específico de ‘ofensa a Deus’, como se a Divindade fosse uma criatura mutável que pudesse ofender-se, zangar-se com os homens, e depois, perdoasse, quando estes se arrependessem.” 

A citação “remissão de pecados”, muito utilizada em várias traduções vigentes da Bíblia (e.g. Marcos 01:04; Lucas 01:77, 03:03 e 24:47; Atos dos Apóstolos 02:38, 05:31 etc.), vem da expressão grega άφεσις τών άµαρτιών (“aphesis tôn hamartíôn”) [4], mais propriamente traduzida por “afastamento dos erros”, e mais coerente com a lógica cristã de autodescobrimento e reforma íntima. A ideia de remir pecados traz um referencial externo, em que Deus escolhe me perdoar ou não, enquanto que me afastar do erro é um referencial interno, em que, parando de cometer um erro, reparando meus erros anteriores e perdoando os erros do próximo, me harmonizo com a Lei Divina.

Pastorino ilustra a ideia acima na interpretação da parábola da dracma perdida [5], como vê-se em Lucas 15:08-10: 

“Ou qual é a mulher que, tendo dez dracmas, se perder uma dracma não acende a candieiro, varre a casa e a procura diligentemente até achá-la? E achando-a convoca as amigas e vizinhas, dizendo: alegrai-vos comigo porque achei a dracma que perdera. Assim, digo-vos, há alegria na presença dos mensageiros de Deus por um errado que muda sua mente.”       

Na interpretação de Pastorino: “No meio do desconchavo da vida e de seus atropelos, perdemos de vista a moeda preciosa de nossa ligação com o espírito. Quando percebemos — se percebemos — esse extravio, esforçamo-nos em reavê-lo, dando os passos necessários, que foram bem delineados no texto:   

1º – acendemos a candeia, gesto indispensável, para quebrar as trevas densas em que estamos mergulhados, e poder vislumbrar o caminho a seguir,      

2º – varremos a casa, isto é, procedemos à catarse de nossos veículos personalísticos, a fim de possibilitarmos a procura interna da moeda extraviada sem que nenhum embaraçamento no-la faça perder de vista, sem nenhum véu de poeira a possa isolar de nosso contato.     

Os espíritos "Mensageiros de Deus" alegram-se quando um errado (que se extraviou do caminho certo) muda seu modo de pensar (...)”

Allan Kardec pontua, na obra “O Céu e o Inferno” [6], os passos para um efetivo afastamento do erro:

- Arrependimento       
- Expiação 
- Reparação       

Em suas palavras: “Arrependimento, expiação e reparação constituem, portanto, as três condições necessárias para apagar os traços de uma falta e suas consequências. O arrependimento suaviza os travos da expiação, abrindo pela esperança o caminho da reabilitação; só a reparação, contudo, pode anular o efeito destruindo-lhe a causa. Do contrário, o perdão seria uma graça, não uma anulação”. 

A respeito do pecado original, há segmentos que afirmam que carrega-se, de geração para geração, o pecado cometido por Adão e Eva. “Adam” se refere aos seres humanos, homens e mulheres (vide “A Gênese”, capítulo XII, itens 16 a 26; e “Hava”, em hebraico, significa “vida”, não um nome próprio feminino. Em “A Gênese” [7], Kardec orienta: “A raça adâmica apresenta todos os caracteres de uma raça proscrita. Os Espíritos que a integram foram exilados para a Terra, já povoada, mas de homens primitivos, imersos na ignorância, que aqueles tiveram por missão fazer progredir, levando-lhes as luzes de uma inteligência desenvolvida. (...)      

A doutrina vulgar do pecado original implica, conseguintemente, a necessidade de uma relação entre as almas do tempo do Cristo e as do tempo de Adão; implica, portanto, a reencarnação. Dizei que todas essas almas faziam parte da colônia de Espíritos exilados na Terra ao tempo de Adão e que se achavam manchadas dos vícios que lhes acarretaram ser excluídas de um mundo melhor e tereis a única interpretação racional do pecado original, pecado peculiar a cada indivíduo e não resultado da responsabilidade da falta de outrem a quem ele jamais conheceu.     

Dizei que essas almas ou Espíritos renascem diversas vezes na Terra para a vida corpórea, a fim de progredirem, depurando-se; que o Cristo veio esclarecer essas mesmas almas, não só acerca de suas vidas passadas, como também com relação às suas vidas ulteriores e então, mas só então, lhe dareis à missão um sentido real e sério, que a razão pode aceitar.”    

Em suma, incorremos em erro quando transgredimos nossa consciência, local onde Deus nos equipou com Suas Leis, conforme orientado pelos Espíritos a Allan Kardec à questão 621 de “O Livro dos Espíritos” [8]. Em “O Evangelho Segundo o Espiritismo” [9], um Espírito protetor envia a seguinte mensagem: “(...) Deus, em sua misericórdia infinita, vos pôs no fundo do coração uma sentinela vigilante, que se chama consciência. Escutai-a, que somente bons conselhos ela vos dará. Às vezes, conseguis entorpecê-la, opondo-lhe o espírito do mal. Ela, então, se cala. Mas, ficai certos de que a pobre escorraçada se fará ouvir, logo que lhe deixardes aperceber-se da sombra do remorso. Ouvi-a, interrogai-a e com frequência vos achareis consolados com o conselho que dela houverdes recebido.”


Jesus foi enviado por Deus à Terra para, por seus exemplos e ensinamentos, conforme as traduções mais adequadas do Evangelho, nos afastar do erro e, assim, nos salvarmos, ou seja, evoluirmos


Fonte: Site: Espiritismo na Rede, postado por Marco Aurelio Rocha às Domingo, Março 27, 2011

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